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Amazonas, maior rio do mundo (1918-1920) - Estreia hoje na Itália o filme amazônico perdido de Silvino Santos, de mais de cem anos, identificado a partir de pesquisa de docente da UFPA Sávio Stoco

  • Publicado: Terça, 10 Outubro 2023 09:47
  • Última Atualização: Terça, 10 Outubro 2023 09:47

A pesquisa do docente Sávio Luis Stoco, da Faculdade de Artes Visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará, foi determinante para confirmar a identidade do filme Amazonas, maior rio do mundo (1918-1920, 55’) um documentário longa-metragem de um dos principais documentaristas atuantes no Brasil nas primeiras décadas do cinema, o cineasta Silvino Santos, português radicado em Manaus. O filme foi gravado no Pará, Amazonas e na região do oriente Peruano e propõe uma grande e diversificada viagem fluvial pelo rio Amazonas focalizando localidades como Belém, campos do Marajó, Santarém, Itacoatiara, Manaus e rio Putumayo.  

A produção estreará hoje (10/10/2023) na programação de um dos principais eventos dedicados ao Cinema Silencioso, a Gionate del Cinema Muto (Pordenone Silent Film Festival) que ocorre na cidade italiana de Pordenone de 07 a 14 de outubro. O catálogo traz um texto de Sávio Stoco sobre a descoberta e já pode ser acessado (http://www.giornatedelcinemamuto.it/wp-content/uploads/2023/10/Catalogo-GCM2023-1p-LowDef-v2.pdf). Na sequência, o filme participará das comemorações do Dia Internacional do Patrimônio Audiovisual – UNESCO, quando será exibido, em 27 de outubro, na programação do Jihlava International Documentary Film, República Checa.

Considerado perdido até hoje e inédito no Brasil, Amazonas, maior rio do mundo, foi levado por um representante para a Inglaterra para ser negociado oficialmente. Mas, o representante agiu ilegalmente ao atribuir a si a autoria do filme e nunca retornar com o dinheiro e o filme para Manaus, tendo vendido o filme para uma farta distribuição europeia durante a década de 1920. A perda levou a falência a produtora Amazônia Cine Film.

A pesquisa que contribuiu para a descoberta foi a tese de doutoramento de Sávio Stoco O cinema de Silvino Santos (1918-1922) e a representação amazônica: história, arte e sociedade defendida no Programa Meios e Processos Audiovisuais, sob orientação do professor Eduardo Morettin, em 2019 e publicada em livro em 2021 congratulada pelo Prêmio Cosme Alves Neto no âmbito do concurso Prêmios Literários Cidade de Manaus 2021 (https://concultura.manaus.am.gov.br/wp-content/uploads/2023/03/O-Cinema-de-Silvino-Santos-1918-1922.pdf).

A pesquisa contornou a ausência do filme com uma metodologia que envolvia a descoberta e estudo de uma grande pesquisa de documentos textuais e visuais diversificados inéditos localizados pelo pesquisador, dentre descrições textuais, transcrição de intertítulos, anúncios e críticas cinematográficas de periódicos, fotografias da produção e a autobiografia do cineasta. Essa massa documental e suas sínteses reflexivas apresentadas na tese possibilitaram ao pesquisador, em conjunto com o curador Jay Weissberg diretor do festival de Pordenone e crítico da revista Verity, e membros da equipe da Cinemateca Brasileira onde se encontra boa parte do acervo fílmico de Silvino no Brasil, que chegassem à conclusão sobre a descoberta do filme de Silvino Santos.    

 

https://www.theguardian.com/world/2023/oct/07/lost-holy-grail-film-of-life-in-brazil-amazon-100-years-ago-resurfaces

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/10/primeiro-filme-rodado-na-amazonia-e-redescoberto-apos-100-anos-e-tera-exibicao.shtml

https://www.cineset.com.br/classico-perdido-de-silvino-santos-e-encontrado-na-republica-tcheca/

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