Projeto “Entre Rios e Arquipélagos” leva dança, cultura e inclusão às ilhas de Belém

Coordenado pelo professor e artista da dança Carlos Dergan, pessoa com deficiência e referência no ensino da dança na Amazônia, o projeto “Entre Rios e Arquipélagos – O Conhecimento Dança se Faz Presente” tem ampliado o acesso à arte nas regiões das ilhas de Belém. Contemplado pelo Prêmio PROEX, da UFPA, o projeto atua em Mosqueiro, Cotijuba, Outeiro , alcançando comunidades que enfrentam barreiras históricas para acessar a formação artística.
As oficinas conduzidas por Dergan percorrem tradições, memórias e linguagens contemporâneas da dança, afirmando a força cultural amazônica. Entre os estilos ensinados estão marujada bragantina, carimbó, lundum, dança contemporânea, jazz e práticas criadas em diálogo com as comunidades.
A dimensão pedagógica do projeto se inspira em pensadores da dança e na educação libertadora de Paulo Freire, que lembra que “ninguém educa ninguém: educamo-nos em comunhão”. A mesma perspectiva aparece no pensamento de Nêgo Bispo, quando afirma que “a gente não transforma o território; a gente se transforma com ele”. Essa ideia orienta a forma como as oficinas são construídas: o conhecimento surge do encontro, do respeito às ancestralidades e da troca entre universidade e comunidade.
Para Carlos Dergan, a dança é um modo de compreender a experiência amazônica. A frase de Laban, “a dança é uma forma de pensar o mundo com o corpo”, as ações do projeto ações aproximam crianças, jovens e adultos do universo da arte, valorizando saberes locais e trajetórias invisibilizadas.
O compromisso extensionista do projeto reforça o papel público da universidade: estar presente nos territórios, fortalecer vínculos culturais e ampliar oportunidades de formação. Ao levar dança para ilhas, escolas e espaços comunitários, o “Entre Rios e Arquipélagos” afirma que a arte pertence a quem dela precisa e deseja.
Idealizador do projeto, Carlos Dergan tem orientado sua trajetória a construir caminhos acessíveis para que a dança dialogue com o cotidiano das comunidades. Sua atuação mostra que a arte, quando nasce da relação com o território e suas histórias, se torna prática de cidadania, memória e transformação.

Redes Sociais